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Sejam bem-vindos ao Blog Mochileiro pela educação

“Viajar! Colecionar memórias pelo mundo.”

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Existem muitas formas de conhecer lugares pelo mundo. Ler um livro, apreciar uma fotografia, assistir a um vídeo, mas nenhuma se compara a uma viagem para um lugar especial. Uma viagem é o momento ideal para expandir seus horizontes, conhecer novas culturas, e principalmente construir memórias.

Uma viagem concentra em si ingredientes importantes que nos farão lembrar pra sempre dos momentos vivenciados. Momentos capazes de nos desafiar, promover aprendizados e experiências que serão válidas para a vida inteira.

Foto: James Dantas
Penedo, AL Foto: James Dantas

Viajar é ter a certeza de que iremos ampliar nossa visão de mundo e de nós mesmos. Construir uma experiência cultural enriquecedora, eternizar momentos, celebrar vida.

A jornada do Mochileiro continua

Hoje eu quero te convidar para embarcar numa viagem inesquecível. Todos nós sabemos que as cidades brasileiras são ricas em  história, possuindo em suas narrativas personagens marcantes e um um acervo de curiosidades que tornam o Brasil um verdadeiro espetáculo cultural.

Foto: James Dantas

Nossa viagem vai começar por Alagoas, berço cultural e palco de tantos momentos históricos do nosso país. Vamos conhecer a cultura Alagoana, formadora de tantos sábios, a cozinha Alagoana, que assim como o cinema “emociona”. A história das cidades, sua musicalidade, folclore e folguedos, a literatura.

“O mundo é um livro e quem não viaja só lê uma página.” ― Santo Agostinho

Vamos conhecer história do seu maior patrimônio: o povo. Será uma linda viagem por esse relicário de belezas naturais. Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando. Aqui, começa mais uma jornada do Mochileiro pela educação. Prepararem suas mochilas a viagem está apenas começando.

Foto: Daniel Guimarães

Sr. Gentileza: Conheça a história do brasileiro indicado 2 vezes ao Prêmio Nobel da Paz


Oriundo de uma família muito simples, Luiz Gabriel Começou a trabalhar aos 15 anos como ambulante no Centro do Rio de Janeiro e, com muita garra e honestidade, aproveitou as  oportunidades de estudar, se capacitar e conquistar o seu espaço no mundo. Ele é autor de alguns livros sobre relações humanas, em especial o best seller “Gentileza no Trabalho” (Editora Ideias e Letras, 2012), onde aborda a importância das relações saudáveis para a realização pessoal e profissional de uma forma leve e inspirada nos poemas do falecido Profeta Gentileza (José Datrino, 1917-1996). Também escreveu o “Como Driblar a Raiva no Trabalho” (Editora Ideias e Letras, 2009), que é uma leitura rápida e bem humorada sobre as armadilhas provocadas pela ira.

Luiz Gabriel Tiago -Sr. Gentileza

Em 2010 fundou a Empresa de Desenvolvimento Humano Geração Gentileza dedicada à Consultoria em Responsabilidade Social Corporativa através da Gentileza, Treinamentos, Palestras e ações solidárias. Também em 2010 nasceu a Pontinho de Luz – a mais importante rede mundial de Gentileza da humanidade. 
O Sr. Gentileza concedeu uma entrevista ao blog do Mochileiro pela Educação. Acompanhe a seguir esse bate-papo inspirador.

Mochileiro: O que te inspirou a disseminar a Gentileza pelo mundo?

Sr. Gentileza: Foi um despertar de consciência que aconteceu no final de 2009. Já estudava e pesquisava os impactos da Gentileza desde 1999, ou seja, há 10 anos – quando ouvi uma voz que falou direto ao meu coração. Eu era (e sou ainda) responsável pela transformação de tudo que me incomoda. Eu, você, nós somos agentes diretos na mudança que desejamos, mas a maioria da humanidade ainda não sentiu isso. Tive grandes mentores e inspirações, mas a maior de todas as motivações se chama “inconformismo”. O propósito me escolheu, bateu a minha porta, eu abri. Disse “sim” sem saber o que fazia parte desse “pacote”, mas cri no invisível e na Matriz Divina. Se estou inconformado com alguma coisa, cabe a mim iniciar a revolução.

Fotos de arquivo pessoal

Mochileiro: Como nasceu a Rede Mundial de Gentileza Pontinho de Luz?


Sr. Gentileza: A Pontinho de Luz nasceu quando a Gentileza começou a me conectar às pessoas que tinham o mesmo propósito de vida. Há milhões e milhões de seres humanos destinados a se juntar numa corrente de pacificação, mas muitos estão perdidos sem saber o que fazer ou como fazer. Somos diferentes, mas iguais no propósito, basta que suas intenções coincidam com as intenções do próximo. Nossa Rede foi fundada oficialmente em agosto de 2010, crescemos, amadurecemos, mas ainda estamos aprendendo. Hoje somos aproximadamente 150.000 voluntários no Brasil e em outros países como Irã, Índia, Estados Unidos, Itália, Alemanha e na América Latina.


Mochileiro: A partir de que momento você começou a ser chamado de Sr. Gentiliza?


Sr. Gentileza: Esse apelido foi um acaso, pode acreditar. Eu comecei a escrever num blog (não existe mais) assuntos relacionados as minhas pesquisas sobre a Gentileza em 2007. Não tinha muita intimidade com a internet nessa época e não monitorava quem lia, me seguia e comentava. As pessoas me acompanhavam e eu não sabia disso, até que uma das leitoras do blog deixou um comentário num dos posts e me chamou de Sr. Gentileza. Daí em diante, todos os outros leitores começaram a me chamar dessa forma. Em 2010 fui convidado para ser entrevistado num programa de televisão e fui apresentado pelo apelido ao invés do meu nome – Luiz Gabriel. Estava destinado e acabou se popularizando. Hoje tenho orgulho de ser chamado dessa forma e honrado também.

 
 Foto: @dilsonferreira / @qu4rtostudio


Mochileiro: As pessoas ainda resistem pra falar sobre o tema Gentileza?


Sr. Gentileza: Claro que sim! Ainda há muita resistência e vai continuar por algumas gerações. Fomos todos criados numa cultura de guerra. Crescemos ouvindo os mais velhos dizerem que o “mundo é dos espertos”, “gentileza gera gente folgada” e que os “bonzinhos se dão mal”. É um trabalho árduo mudar o mindset da humanidade diante de tantos paradigmas limitantes a respeito de solidariedade, amor, Gentileza, entre outros. Porém, se não começarmos hoje, jamais as gerações futuras colherão os frutos. A esperança de uma sociedade justa, saudável e gentil lá na frente, depende do nosso despertar e ação hoje.


Mochileiro: Existem uma fórmula para ser gentil?

Sr. Gentileza: Não existe uma fórmula ou uma receita de como ser gentil porque deve ser algo muito natural e espontâneo. O meu trabalho como pesquisador e mentor desse tema empresas, por exemplo, é apresentar a aplicabilidade das Leis Gerais da Gentileza e técnicas que promovam o despertar de consciência individual para que influencie o coletivo. Nesses últimos 10 anos colhemos resultados incríveis através dos nossos programas de desenvolvimento humano capacitando equipes inteiras. Pessoas gentis se relacionam melhor, entendem mais o seu próximo e colaboram ao invés de competir. Trocando em miúdos, profissionais solidários produzem mais e melhor influenciando diretamente nos resultados. As empresas agradecem e a sociedade também porque – quem é gentil no trabalho também é em casa, na rua, no trânsito, etc.


Mochileiro: Você acredita que a tecnologia está afastando ou aproximando as pessoas? E qual a relação dela com a gentileza?


Sr. Gentileza: Qualquer coisa na vida da gente deve ser utilizada com consciência e intenção boa. É inegável que a tecnologia trouxe grandes facilidades pra todos nós e veio pra ficar. É uma realidade e já nos acostumamos a ela. Antigamente, precisávamos encarar horas na fila do banco para pagar as contas; hoje fazemos isso através dos aplicativos. Se você me perguntar se estou disposto a voltar nesse tempo, responderei que “não”. A tecnologia trouxe avanços inestimáveis para a medicina; esse é outro exemplo de sucesso. Existem equipamentos e medicamentos que salvam vidas porque foram desenvolvidos com recursos tecnológicos de ponta. As redes sociais também vieram pra ficar. Da mesma forma que podemos criar relacionamentos saudáveis e multiplicar uma cultura de paz através do Instagram ou do Facebook, essas plataformas podem ser usadas pra disseminar o ódio e fake news. Tudo depende do nosso desejo e da nossa intenção. O que há de recursos para promover a Gentileza em larga escala? A tecnologia nos permite isso.


Mochileiro: Como foi ter sido indicado 2 vezes ao prêmio Nobel da Paz?

Sr. Gentileza: Foi um divisor de águas na minha vida. Nenhum indicado ao Nobel da Paz na história esperou essa notícia um dia. Sempre trabalhei para promover uma sociedade pacífica por causa de um propósito que atendi. É a parte que me cabe, entende? É minha responsabilidade também. Quando fui informado sobre as indicações (2018 e 2019) me causou uma grande surpresa, emoção e muitos momentos de choro. Tenho um grito preso na garganta. Acho que todos nós que nos dedicamos à paz temos. Ser indicado por dois anos consecutivos me deu a certeza de que tenho que continuar. Ainda há muito trabalho a ser feito.


Mochileiro: Quais são os próximos passos do Pontinho de Luz?

Sr. Gentileza: Desde o final de 2019 estamos passando por uma grande reforma. Precisamos parar esse processo de reposicionamento por causa da pandemia, mas continuamos trabalhando, principalmente, no combate à fome em algumas regiões do Brasil, América do Sul e Oriente Médio. Em janeiro de 2021 começaremos mais um censo interno pra mapearmos nossa dimensão atual e esse será o nosso ponto de retomada nessa nova fase. Todo o mundo precisou se reinventar e estamos otimistas que será um belo recomeço.

Mochileiro: Numa frase, como você definiria “Ser gentil”?

Ser gentil é colaborar, cooperar, dividir e oferecer ao outro o que há de melhor dentro de si.

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Texto revisado por Madysson Wesley

Terra de sabores indescritíveis

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A culinária brasileira é, certamente, uma das mais diversificadas do mundo. E essa diversidade pode ser observada na pluralidade dos pratos típicos preparados em cada estado do Brasil. Os sabores, texturas, cores e aromas compõem a narrativa perfeita de um verdadeiro espetáculo culinário nos 4 cantos do país.


Imagem de Heiko Behn por Pixabay 

Com tamanha variedade, é quase impossível escolher apenas 1 prato para saborear em cada viagem. Os temperos envolvidos no preparo dos pratos soam como poesia trazendo uma explosão de sabores e provocando sensações únicas nos apreciadores de uma boa culinária. É tão viva e presente a nossa vocação culinária, que é impossível visitar  São Paulo e não provar uma deliciosa pizza. Na maior cidade do país, a influência italiana é tão presente, que introduziu uma das receitas mais famosas do mundo como um dos pratos preferidos do paulistano.

E o passeio gastronômico pelo país continua. Imagine uma imersão no sabor forte e presente da caldeirada de tucunaré na região norte, ou quem sabe o sabor do delicioso arroz de carreteiro na região centro-oeste. Na região Sul, o típico e tradicional churrasco e no Nordeste, acarajé, manteiga de garrafa e carne-de-sol dão o tom dos sabores  do povo nordestino.

É claro que não poderia faltar, os pratos do litoral brasileiro, e é sobre um ingrediente especial de Alagoas, que vamos falar hoje.

Em Alagoas, o sabor tem nome: Sururu

A viagem começa pela obra “O anjo” do autor alagoano Jorge de Lima. Foi a partir desse livro que o sururu (Mytella charruana), ficou nacionalmente reconhecido.

O sururu é um molusco, e em Alagoas ele tem características peculiares. Na lagoa Mundaú é encontrado em abundância e serve de base para a renda de milhares de famílias alagoanas. Em outras regiões do país, o sururu também é conhecido como mexilhão.

É inegável a influência histórica do sururu no povo alagoano. Essa influência transcende a sua importância gastronômica, elevando o sururu ao contexto cultural. Em 2014,  o Conselho Estadual de Cultura (CEC) aprovou por unanimidade o registro do sururu como Patrimônio Imaterial de Alagoas. Consolidando assim uma história viva da relação multicultural do sururu e do povo de Alagoas.

Imagem de receitas de sururu

O sabor do sururu na culinária alagoana

O sururu é utilizado para preparar diversos pratos. O caldinho de sururu, o arroz de sururu e a moqueca de sururu são os mais conhecidos. Nos últimos anos, a valorização do molusco de sabor encorpado ganhou destaque nacional, tendo matérias sobre o seu modo de preparo difundidas em diversos canais de comunicação. Estava sendo apresentado ao mundo o sururu de capote.

Prato de sururu tradicionalmente servido

Em 2014 a Universidade Federal de Alagoas publicou um estudo de 10 anos sobre a importância e o valor nutricional do sururu. “O molusco é rico em proteínas de alta qualidade, que têm a função de formação e recuperação dos tecidos, é de fácil digestão e tem baixo teor de gordura em relação a outros animais.”

O sururu pode ser encontrado facilmente na cozinha do povo alagoano. Ao visitar o estado, não deixe de provar dessa iguaria. Ele é servido nos restaurantes de todo o estado e, com certeza, o sabor também vai te conquistar.

Viva o sururu! Viva Alagoas! A história do molusco que ultrapassou as fronteiras da gastronomia e se faz presente do contexto cultural de todos os alagoanos. 

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